A saga dos hiperbóreos(capitulo3)

22/07/2012 14:54

                    Capitulo3: A viagem para Avalun
                    A saga dos hiperbóreos
                     Autor: L.F.Lemavos

Com os preparativos da viagem terminados, chegou a hora de partir: A rainha estava radiante.         Todas estavam ricamente vestidas, mas ninguém poderia viajar sem uma saída bem planejada pelo conselho para impressionar os súditos.

As elfas virgens,estavam de prontidão com seus cestos de pétalas
 Iriam jogar-las de cima da muralha ,quando a carruagem passasse.   O ultimo a aparecer foi Ybron ,ele era o mais enfeitado de todos ,muito a contra gosto , o rei estava com uma vestimenta com detalhes feitos com fios de ouro e pedras preciosas.  Por usar a coroa teve que prender o cabelo com pequenos cordões de ouro.
_ Detesto prender os cabelos. _ reclama com Gaya. _ Fico com as orelhas geladas. _ Com o rabo de cavalo,Ybron fica com as orelhas pontudas a mostra. A rainha sorrir e diz.
 _Ah, você fica tão lindo assim. Seu cabelo esconde a beleza do seu rosto! _ exclamou gaya ,não vendo a hora de entrar logo na carruagem e partir para sua terra natal.

     A carruagem real era bem comprida.  A parte da frente ,onde ficava o cocheiro era alta e larga, onde Darwith esperava pacientemente.   O exterior da carruagem era negro ,com folhas de ouro decorando a lateral em motivos florais.     Na porta estava em relevo o brasão de Shambala: uma cabeça de unicórnio.
A porta da carruagem estava aberta ,mostrando parte do seu interior,que era todo revestido de um tecido azul e possuía assentos confortáveis.    Na  parte de trás da carruagem haviam dois lampiões.   Na frente onde o cocheiro ficava também possuíam dois.

A carruagem era puxada por quatro unicórnios com mantos sobre seus dorsos com as cores do brasão real: azul e negro.
_ Podemos ir papai? _Perguntou a princesinha impaciente . _ Eu não vejo a hora de conhecer o vovô.
_ Querida, tenha calma,ainda temos que esperar os membros do conselho. _ Explicou o rei ,que olhava para a entrada do palácio.  De repente os elfos do conselho vieram descendo a escadaria de mármore rosado.      Muitos anciãos com suas esposas bem mais jovens do que eles.     Os soldados que iriam escoltar a carruagem até Avalun também chegaram e dois deles carregavam estandartes com o brasão do reino.

_ Majestade ! _ Falou um dos anciãos . _ Que Apolo ilumine seu caminho e te proteja ! _ dizendo isso ,entregou uma oração de proteção a Ybron.    As orações eram vendidas por toda a Shambala , como aquela que Ybron recebeu das mãos de Hobrick,enviada por sua esposa.     O povo não sabia escrever nem ler em wingr,porque era proibido,mas poderiam comprar as orações escritas nos pergaminhos e oferecerem ao rei ou a algum nobre,isso era sinal de respeito.
Outro membro do conselho disse.
_ Os presentes para o rei Mítras , estão nessa carroça . – Apontando para uma carroça puxada por dois lindos cavalos. _ A rainha escolheu todos eles pessoalmente. _ Terminou Siuk.   Outro elfo se adiantou dizendo.
_ Os cavalos também são presentes para o rei,Majestade.  A rainha escolheu-os do haras real,não são lindos? _ perguntou ele adulando Ybron ,que ficava enjoado quando alguém  fazia isso.

Ybron não estava prestando atenção a nada e de tempos em tempos olhava para a entrada do palácio ,na esperança de ver Núbia.  Pensou em dar uma desculpa para voltar para o palácio para procura-la.
_ Gaya. _ Disse ele tentando disfarçar o desconforto que causa uma mentira. _ Esqueci algo importante no meu quarto, vou lá pegar. _ Dizendo isso, evitou o olhar de Gaya ,que não percebeu que ele ficou corado.
_ Ybron , mande um criado pegar isso,vamos nos atrasar . _ Resmungou Gaya ,impaciente,pois não via a hora de partir.
_ Não posso ,é coisa particular,já volto. _ falou com voz apressada e partiu em direção do palácio, não percebendo os nobres que lhe prestavam reverências quando ele passava com sua barulhentas botas.
 
Ybron passou pelo corredor que levava onde ficava as vestimentas da família real, mas parou na frente da porta.   Não conseguiu dar mais um passo, algo estava deixando-o paralisado.  Seria insegurança ?  Para o rei, essa sensação era nova, pois todos faziam o que ele mandava.  mas agora dependia dele se aproximar de alguém em uma situação inusitada.   Sempre teve tudo,  mas agora estava indeciso, ansioso e amedrontado.
 
Parado ali em pé diante de uma porta sem conseguir abri-la, feito um adolescente tímido.     Lembrou do encontro que teve com Núbia, ainda lembrava do perfume dos seus cabelos: lembrava ou imaginava que lembrava .  Era tudo tão confuso.  Tudo tão novo para o grande rei, que ele desejou que Darwith estivesse ali .

_ Deseja algo magestade? _ Ybron tomou um susto, quando escutou a voz de Kámi.      Deu um sorriso sem graça e perguntou, quase explodindo de vergonha.
_ Kámi,...  Você sabe se de uma criada ,  é .. acho que o nome dela é Núbia,..  Isso Núbia . _ Falou,  olhando para todos os lados menos para a anciã. _ Ela está ?.
_ Majestade, ela fez alguma coisa errada ,sabe ela é um pouco desligada, mas é uma boa menina ._ Disse isso temendo pela jovem, que de vez enquanto se metia em encrencas .
_ NÃO ! _ Ybron gritou, depois abaixou a voz com vergonha. – Quero dizer, ela não fez nada de errado, eu só queria perguntar se ela sabe onde eu deixei um cordão, pois quando eu tirei ,ela estava por perto. _ O rei gaguejava sem perceber.
_ Ela não veio hoje, eu não sei o motivo. _ Disse Kámi  com  o semblante preocupado. _ mas eu mandarei procurar o cordão agora mesmo.
_ Não, não precisa , acho que agora eu estou me lembrando _ Falou tentando não expandir mais a mentira. _ Eu deixei no meu quarto?  É isso está no meu quarto! Ah!     Eu adorei a arrumação da minha mala e acho a núbia muito atenciosa. _ A cada  pronuncia do nome dela ,o coração de Ybron disparava, parecia um adolescente apaixonado.   O rei decepcionado, despediu-se da criada e voltou por onde veio de cabeça baixa.   Passou por todos sem olhar para os lados, mais reverências que ele nem notou:  agora estava andando com desanimo e bem devagar.

   A frustração de Ybron era aparente,  apesar de tentar disfarça-la sem sucesso.
_ Por que isso foi me acontecer ,logo agora que vou viajar ?       O rei viu que seu poder ia até certo ponto e tinha um lugar que ele não poderia mandar.  Pensou que a solução seria deixar isso para lá, por enquanto, mas a rúiva na saia de sua cabeça e a vontade de vê-la aumentava a cada momento.      Voltou para junto de Gaya  e ela percebeu o seu semblante desanimado, parecendo que tinha perdido uma batalha.

_ Que cara é essa ? _ Perguntou Gaya . _ Não encontrou o que procurava?   Ele apenas confirmou com a cabeça, continuando cabisbaixo.   Olhou para a carruagem sem muita animação, quando escutou o primeiro toque de trombeta vindo da torre da muralha.   O barulho ecoou por toda a aldeia e  no mesmo instante um grifo levantou vôo da plataforma e num piscar de olhos  voou por toda Shambala com um cavaleiro em sua sela.  Passando várias vezes sobre o Tilik. Os aldeões rapidamente largaram tudo que estavam  fazendo para observar o que estava acontecendo.   Nesse momento mais grifos levantaram vôo e pousaram em pontos estratégicos do rio e os seus cavaleiros avisaram aos aldeões que se aglomeravam em volta deles, que o rei e sua família iriam viajar para Avalun.    A noticia rapidamente se espalhou .

Um alvoroço se formou nas margens do rio e ao longo da estrada real: todos queriam ver a família real.
 
_ Vamos,Ybron, não escutou a trombeta ? _ Reclamou Gaya, que entrou na carruagem ajudada por um soldado e outro soldado pegou a princesa no colo e entregou-a a Gaya , que agradeceu a ele.

O rei continuava lá fora, não se móvel .   Olhou para a carroça de presentes e pensou . _ Que desperdício,  na certa vão sacrificar os pobres animais.    Olha para a porta da carruagem sem muita vontade de entrar.      Desiste de lutar caminhando em direção a ela, mas quando se aproximava, foi impedido por uma chuva de pétalas de rosas e uma vóz de harpa chegou aos seus ouvidos.
_ Vida longa ao rei de Shambala, descendente de Apolo hiperbóreo! _ Exclamou  uma virgem de Apolo.
_ Núbia ! _ Exclamou o rei, sem esconder a sua alegria em revê-la .     Ela continuava jogando as pétalas que tirava do cesto com um sorriso luminoso, feliz por saber que ele não esqueceu o seu nome.    Estava com um vestido azul de alças.  Seus cabelos rúivos estavam presos em duas tranças  que caia-lhe pelos seios, amarrados com fitinhas negras.
Ybron sorrir para ela, pensou em falar muitas coisas, não conseguiu pronunciar uma palavra.    Ficou engasgado com o coração aos pulos.    De repente outra trombeta soa e todos olham para a torre de onde veio o som, menos o rei e Núbia, que aproveitando que ninguém olhava tirou uma das fitas dos cabelos e ofereceu a ele .
_ Um humilde presente para que o rei se lembre sempre de sua criada, que o admira muito.    Nesse momento, um vento sopra seus lindos cabelos que tapa metade de seu rosto, deixando-a toda atrapalhada para conserta-los sem conseguir.   Ybron  pega a fitinha juntamente com a pequena mão da virgem e olhando bem em seus olhos como antes, tudo ao redor some: o palácio, a carruagem, só existindo os dois em um mundo fictício de apenas um segundo de existência.    Ele pega a fita e ela se afasta indo para a muralha se juntar as outras virgens, que dançavam com os vestidos iguais ao dela.

Ybron acorda desse sonho com um grito de Gaya.
_ Você entra ou não ,Majestade? _ Ele rapidamente entra na carruagem sorridente e Exclama, com um sorriso .
_ Bem, vamos para Avalun!
A rainha estranha o seu repentino bom humor, mas gosta do que vê.
_ Que bom!   O seu bom humor voltou!  O que aconteceu  ?
_ Eu só viajava para guerrear, agora posso ficar tranqüilo e você vai ficar perto do seu pai e Shou-hu está alegre.      Estou feliz por minha família e além disso, eu tenho mais uma novidade,que você vai adorar. _ Disse o rei, ocultando o que o deixou tão contente.
_ O que é? _ Perguntou Gaya, morrendo de curiosidade. _ Fala logo Ybron.
_ Lembra de uma mina que foi encontrada?
_ Uma bem grande? Lembro sim. _ disse a rainha puxando pela memória.
_ Essa mesma, foi encontrada a maior jazida de ouro de toda a Hiperbórea nela. _ Disse, sabendo que ela iria gostar,  pois Gaya venerava a riqueza e seu reino não era tão rico quanto Shambala.
_ Nosso reino será muito mais rico do que já é. Vai faltar lugar para tanto ouro, disse-me os sábios do conselho: termos que construir mais depósitos.
_ Os olhos de Gaya brilharam com a noticia .
_ Então serei a rainha mais rica da Hiperbórea ? _Perguntou ela com cara de espanto e satisfação.
_ Você já é a mais rica de toda a Hiperbórea, agora será muito mais rica, essa mina aumentará em muito nossa riqueza . _ Disse o rei,  que nunca ligou para riqueza, pois sabia que a felicidade não era acumular bens, mas seguir o sonho que temos no coração.
_ Shou-hu você está cada vez mais rica . _ Brincou ele com sua filha, mexendo nos seus cabelos.  Gaya com segundas intenções disse.
_ E você  já pensou qual será o principe que casará com a nossa filha?  Poderíamos fortificar a nossa união com Avalun ,eu tenho irmão sabia?
_ Acho que nossa aliança com o seu povo já está bem consolidada com o nosso casamento, pensei fazer aliança com os Atlântes . _ Dizendo isso, observou gaya só para ver qual seria a sua reação .
_ Atlântes ? _ Perguntou gaya com cara de nojo . _ Eles nem são elfos, são humanos, eu não queria minha filha misturada com essa raça.
_ Poseidon quinto era amigo do meu pai e nosso maior comprador de ouro.
_ Nossas crenças e nossos livros vem dos ancestrais deles: humanos e elfos vieram de um mesmo ancestral.
   _Mais hoje vocês tem crenças diferentes e a aparência também . _ Disse Gaya  com ar de quem tinha razão .    Nesse mesmo instante a carruagem começou a se mover.
_ Claro, mas os atlantes tem crenças diferentes das de Avalun também, não matam unicórnios. – Alfinetou o rei de Shambala.   Essa conversa poderia ser estender por toda a viagem, quando mais uma trombeta soou, os portões se abriram e Gaya ficou boquiaberta quando avistou a multidão lá em baixo.

_ Quanta gente,a ralé toda se reuniu para nos ver. _ Disse com um ar de superioridade ,o que Ybron não gostou : ele detestava essa parte dela, mas botava a culpa no pai, que a criou assim, pois no fundo Ybron achava que ela tinha um bom coração.

A carruagem cruzou os portões e Ybron olhou para a muralha para ver mais uma vez Núbia.   Não conseguiu identifica-la, pois tinham muitas virgens dançando próximo a muralha.   De repente conseguiu distinguir uma de cabelos ruivos, era ela que dançava graciosamente, mas não olhou para baixo, deixando o rei frustrado.     Ele olha para Gaya, quando a pétalas começam a cair sobre a carruagem.   Aperta a fitinha preta em sua mão.    Sentiu como se existisse um buraco em sua alma.   Ela teria desistido dele ,por que não olhou pela muralha?   Essas questões atormentavam-lhe a alma, até que  olhando para cima novamente, Ybron vê Núbia debruçada sobre a muralha.   Ela  joga um discreto beijo.        O rei retribui com um tímido aceno, olhando para a esposa de soslaio,  que estava extasiada com tanta gente.

Ele fica pensando em uma forma de se encontrar com ela quando voltasse da viagem. Uma alegria percorre todo o corpo do jovem rei, que não consegue se controlar de alegria e esconde a fitinha preta dentro das vestes, depois de te dado um discreto beijo.

A carruagem descia a ladeira escoltada por vinte oito cavaleiros.   Na frente do cortejo iam os cavaleiros com os estandartes.     Atrás vinha o restante da guarda, escolhida a dedo por Darwith.

Lá embaixo a estrada real estava tomada pelos aldeões .   Gaya estava admirada em ver tanta gente, alguns gritavam enquanto o corteja descia.             Por um momento eles sumiram na cachoeira para aparecem do outro lado, o efeito que causava era espantoso ,pois quando a carruagem apareceu novamente os aldeões gritaram muito.       Existia uma lenda em que alguns que passaram por dentro da cachoeira não saíram nunca mais do outro lado  e a maioria do povo tinha medo de subir a ladeira por causa disso.
Shou-hu adorou quando ficou escondida atrás das águas e riu nuito.
De repente Os grifos que estavam em pontos estratégicos próximos ao Tilik , levantaram voou e retornaram para a plataforma.   A princesinha acompanhou-os com a cabeça para fora da carruagem, radiante de felicidade.
_ Se eu soubesse que isso a deixaria tão feliz, eu sairia mais vezes . _  Pensou o apaixonado rei, olhando para a felicidade que estava sua filha.

Alguns minutos e a carruagem já estava próxima da queda de água.    Ybron estava tão feliz, que poderia brincar lá dentro  do rio feito uma criança, mas começou a perceber o seu povo maltrapilho, sujo e esquelético.     Percebeu as suas moradias feitas de madeiras, tendo como teto palhas secas.    Pensou em como seu reino era rico e como ficaria ainda mais rico.     Lembrava  de quando ele era garoto que o povo não estava assim: um monte de trapos, parecia que todos eram escravos de um senhor que não ligava para eles, um povo esquecido.    Mas ele era o senhor daquelas terras .    O que tinha feito esse tempo todo que não prestou assistência a eles, afinal que tipo de rei ele era? _ Essas questões o deixaram envergonhado com sigo mesmo.   Pensou que no meio daqueles esquecidos por Apolo poderia está a família de sua amada Núbia.

   _Por que o meu povo está tão maltrapilho?  O que os anciãos estão fazendo que não cuidam do povo?_ Desabafou Ybron, olhando para a sua esposa, que disse secamente.
_ Essa gentinha tem que ser tratada assim, senão ficam mal acostumada.   Só os nobres merecem conforto!_ Exclamou a rainha que sempre foi antipática com o povo de Shambala.
_ Mas eu não quero ser rei de mendigos. Os animais são mais bem tratados do  que eles.

Gaya não entendeu por que ele estava preocupado com isso, a maioria dos reis tratavam seu povo assim, já lhes dava proteção contra os inimigos, o que queriam mais?
_ Parem a carruagem. _ Gritou o rei, que foi prontamente atendido, quando passava pela segunda ponte.     Dois cavaleiros desmontaram dos seus cavalos e correram para a porta da carruagem com as espadas desembainhadas .
_ O que vai fazer?   Por que mandou que paracemos?  Perguntou  Gaya . _ Não vai querer sair ,vai?
 
Ybron simplesmente girou a maçaneta da porta e empurrando-a para fora, saiu da carruagem deixando Gaya  e  a filha.
 
Ybron vendo os soldados, não entendeu o por que de tanta proteção, estava em sua terra com seu povo, quando um objeto veio de encontro a sua testa o jogando no chão.  Alguém acertou-lhe um estatueta de Apolo feita de madeira em sua cabeça .   O povo ficou agitado, uns queriam atacar a carruagem, outros vieram com ferramentas agriculas: era um grupo revoltoso contra tudo que estava acontecendo no reino, os impostos altíssimos e a violência dos soldados.
Rapidamente os soldados vieram com seus cavalos afastando os aldeões, que eram muitos. Um dos soldados soa uma trombeta e no mesmo instante levantam voou cinco grifos com os cavaleiros em suas celas .  Vieram da plataforma diretamente para próximo da carruagem.  os grifos espantavam a multidão, que morria de medo deles ,com toda razão:  uma bicada ou uma patada poderia matar.

O rei levantou um pouco tonto, quando os soldados trouxeram um elfo acusado de cometer o crime, pelo qual pegaria pena de morte, sendo decapitado.
_ Por que me atacou?  Sou o seu rei. _ Perguntou ele com a mão na cabeça.   O elfo olhou com ódio para Ybron e começou a gritar descontrolado.
_ Você mandou incendiar minha casa e não deixou que eu tirasse meu filho pequeno de dentro dela e ele morreu queimado gritando por mim. Se eu tivesse oportunidade eu o matava, covarde. _ quando acabou de dizer isso, um soldado deu um soco no elfo  e ele caiu, outro veio  para chuta-lo, quando Ybron ordenou .
_ Parem ! Deixem que  ele acabe de falar. _ Ybron olha para o camponês e Pergunta.
_ Eu mandei fazer isso ? _ O camponês percebe a surpresa no rosto do rei.
_ Eu mandei incendiar sua casa e deixar que seu filho morresse queimado? _ Ybron ficou indignado. _ Eu lutei anos e anos contra os Hadianos para não sermos invadidos , nós protegemos suas famílias, como eu faria isso ?  Vocês são o meu povo.
_ O cobrador de impostos Hobrik, ele fez tudo isso a mando do rei. _ Disse o elfo com ódio.     Ybron foi ficando vermelho e gritou com todas as forças.
_ EU QUERO O COBRADOR DE IMPOSTOS HOBRIK , AQUI, AGORA! _ Sua vóz foi ouvida bem longe e no mesmo instante um grifo levanta voou  e parte para o palácio em disparada.   Os soldados amarram o elfo e depois de algum tempo, os portões do palácio são abertos e cinco cavaleiros saem  cavalgando com muita pressa.

        Em poucos minutos chegam onde está a multidão em volta da carruagem.
_ Majestade! _ Disse Hobrik fazendo uma reverência e olhando com ódio para o elfo amarrado.   O cobrador de imposto tinha cara de quem tinha muitas mortes nas costas.
_ Meu rei, eu conheço esse encrenqueiro, sempre escondeu o que era devido do tesouro real .   É um ladrão que rouba seu próprio rei.

    O rei fuzilou Hobrik com o olhar e perguntou.
_ Hobrik, é verdade o que esse camponês falou?
_ Ele é só mais um malandro meu rei, não dê ouvidos a essa gente, só querem sonegar impostos.   Tenho muito problemas com isso, mas consigo resolver de um jeito o ou de outro, pode ficar tranqüilo.
_ É verdade o que esse elfo disse, que você incendiou sua casa e matou seu filho queimado dentro dela?_ Perguntou Ybron , olhando para o cobrador de impostos.
_ Magestade, as vezes temos que usar de força contra eles, mas a morte do menino foi um acidente, acidentes acontece,não é mesmo? _ Disse Hobrik com um risinho cínico no canto da boca, que Ybron não gostou nem um pouco.

De repente uma pequena elfa fura o cerco de soldados e corre para próximo a Ybron, abraçando suas pernas e chorando disse.
_ Majestade ele matou meu irmão e disse que quem não conseguisse pagar os impostos morreriam do mesmo jeito que o meu irmão morreu,queimado. _ O rei escutando isso ,olhou com ódio para o cobrador de impostos, que falou friamente .
_ Majestade não de ouvidos a essa gente sem valor, somos nobres e não devemos explicações de nossos atos para eles.  Nós ditamos as leis e se não for cumprida alguém sempre paga, os exemplos sempre funcionam e eles tem filhos igual a ratos ,tem aos montes, e eu sempre cumpri o meu, ..._     O cobrador de impostos não conseguiu completar a frase, pois Ybron desembainhou raio da morte com uma  rapidez incrível  e o decapitou.  O corpo foi caindo devagar, enquanto o povo ficava assustado e alivio em ver o  assassino morrer .

    Gaya vendo surpresa, cuidou para que Shou-hu não percebesse o que tinha acontecido.  Todos a volta de Ybron ficaram com sangue nas roupas.  Ybron com raio da morte apontada para o alto e suja de sangue bradou.
  _Povo de Shambala!  Eu Ybron filho de Ryan, nunca mandei ninguém queimar casas nem assassinar meu próprio povo.   Esse cobrador de imposto fez isso por conta própria e pagou o preço.  Povo de Shambala!  Aquele que não gostar do meu povo não gosta de mim. E todo aquele que achar que o povo de Shambala é um povo sem valor ,está dizendo que o rei também não tem valor.

 A cada palavra que o rei pronunciava o povo gritava seu nome acompanhado de adjetivos : Ybron o justo, amigo do povo de Shambala, protetor dos pobres.  Os revoltosos largaram as armas e comentavam entre si se aquele era mesmo o Ybron, pois com essa atitude nobre, eles viram realmente que não conheciam seu monarca.
 
    Começaram a prestar atenção ao que ele dizia .

_ Esse homem aqui . _ Dizia ele . _ Não me conhecia e por isso fez o que fez.       No lugar dele eu faria o mesmo, pois nunca pensei que meu povo fosse tratado desse jeito.   _Meu amigo. _ Disse Ybron ao elfo amarrado._ Não será condenado de nada, pois o réu já pagou a sua pena.   Aos meus olhos não vejo por que te manter preso e nem te aplicar a pena máxima.   Sou o rei de Shambala e a minha palavra é maior do que qualquer lei. _ Dizendo isso, Ybron ordenou que o desamarrasse.    O povo gritava exaltando o rei como nunca fizera antes.   O aldeão pediu clemência ao rei ,que apertou-lhe a mão e deu um beijo em sua filha.    Depois disso não existia aquele em Shambala que não acreditasse em suas palavras.  Gaya observava tudo boquiaberta.
_ Não sabia que uma decapitação daria tanta popularidade a ele. _ Pensou ela. _ Acho que eu tenho muito que aprender sobre influenciar as massas.   Gaya sabia da força que tinha um rei que era amado pelo seu povo.

  Quando eu voltar da viagem tudo irá mudar. _ Exclamou o rei amado pelo povo . _ Visitarei cada aldeia, conhecerei cada plantação e darei o que é de direito para o meu povo.

Ybron levantou de novo raio da morte e bradou .

_ A era de ouro de Shambala está chegando! _   Gritou com os olhos cheios de lágrimas ,pois agora ele sabia o porque de ter  nascido para se tornar um rei.