A saga dos hiperbóreos (capítulo2: Núbia)                                                       
                                     A saga dos hiperbóreos
                                       Autor: L.F.Lemavos

      Depois da visita do velho amigo, ele que antes não acreditava em visões, ficou um pouco preocupado, mas tentou esquecer e se concentrar na viagem, seria um presente para a sua esposa e para Shou-hu.
Detesto fazer as malas, principalmente para olhar para a cara de Mítras, aquele assassino de unicórnios._ Pensava ele e enquanto refletia sobre a tal viagem, procurava algo em um grande cômodo do palácio cheio de vestimentas reais.
                                                                                                                                                 Ybron caminha  entre elas, que estão vestidas em manequins, e achou o que queria.
_ Minhas malas! _ Exclamou ele, mas quando ia se abaixar para pegar-las, duas elfas, uma idosa e a outra jovem o impediram.
_ Majestade! _ Exclamou a elfa idosa._ Deixe que nós arrumemos as roupas nas malas, só nos diga quais quer.
Ele riu um pouco sem jeito, pois o protocolo o proibia de executar qualquer serviço braçal, a não ser guerrear e caçar que era o seu hoby. Não podia vestir as roupas reais sem ajuda e também não podia fazer as malas.  Ele escolhia as roupas e as serviçais as retiravam dos manequins e arrumavam nas malas, era assim também com as botas, que Ybron fazia coleção, ele adorava botas.
_ Quer que o ourives real faça algumas jóias para a sua viagem? ._ Perguntou a elfa cheia de reverencia.
_ Não Kámi, as que eu tenho já é suficiente, obrigado._ Respondeu o monarca do reino mais rico do mundo subterrâneo.
                                                                                                                                               A maioria das minas de ouro da hiperbórea ficava na cordilheira das montanhas douradas, que pertencia ao seu reino  e onde os grifos faziam seus ninhos usando o ouro das montanhas.
                                                                                                                                           Como Ybron queria fazer uma surpresa para a sua família, pediu a Kámi que fizesse as malas de Gaya e Shou-hu. Kámi conhecia o gosto da rainha e como ela gostava que a filha se vestisse.
Enquanto a elfa idosa arrumava as malas, ele correu até o estábulo e avisou a Darwith para aprontar tudo, mas o cocheiro ficou temeroso, pois temia um ataque repentino dos Hadianos.
                                                                                                                                     Depois disso, o rei voltou para o seu palácio e entrando em seu quarto sem fazer barulho fingiu dormir. Passado o tempo do sono das elfas, Shou-hu acorda e vai mexer no nariz de sua mãe.
_ Acorda, acorda. _ A pequena princesa brinca passando o dedo no lindo nariz da rainha, que dando um bocejo preguiçoso, olha para a filha, sorrir ,mas quando olha para o outro lado da cama, vê Ybron deitado de olhos fechados, imóvel. Ela beija a filha.
_ Vamos sair sem fazer barulho, pois seu pai ainda está dormindo. O que você quer para o café da manhã? _ Perguntou Gaya mexendo nos cabelos louros da pequena elfa. Shou-hu falou que queria doce. Ybron não agüentando mais começa a rir.
_ Ah,não está dormindo ,está nos enganando Heim!? _ grita a menina, pulando encima do pai, que sorrindo abre os olhos e abraça a filha. Fica brincando com a filha, enquanto Gaya com um evidente ciúme levanta silenciosa e caminha ,passando pela porta afora. O rei pega a princesa no colo e a leva para tomar café, encontrando com criados pelo corredor e cumprimentando-os.                                                                                                                     

No palácio haviam muitos criados e uns trinta guardas palacianos, todos de total confiança de Darwith.    Duas piscinas aquecidas, uma dentro e outra no pátio, estufa com várias plantas exóticas de regiões distante, até mesmo as gigantescas plantas carnívoras do reino de Hadis, mas elas ficavam em um lugar confinado, os médicos faziam remédios com elas.                                                                                                 

Depois que a família real tomou café, se dirigiram para o templo de Apolo Hiperbóreo, para a oração matinal diária. O templo ficava no segundo pátio, um pouco acima do primeiro, onde ficava o palácio de Ybron e o acesso era por uma escadaria larga, feita de mármore rosado, que ficava paralela a estátua de sete metros do Deus que era venerado por todo o povo.

Chegando as portas do templo, que era todo revestido de mármore, com colunas grossas e adornada com algumas peças de ouro, sons de trombetas soaram por todo o palácio, sendo escutado por todos os elfos de Shambala, que pararam os seus afazeres para a veneração do deus e também do rei Ybron, que era considerado descendente dele.                

Elfas jovens viam com cestos de pétalas de rosas e jogavam por onde a família real estava passando.  Eles subiram as escadas solenemente e adentraram no templo, onde tinha uma cópia do trono que ficava na grande sala no palácio. Ybron se encaminha para ele e os unicórnios perambulam por dentro do templo, livres e enfeitados com lindos mantos sobre o dorso, nas cores do brasão de Shambala. Antes de se sentar, Ybron da uma olhada ao redor, muitos anciões o observam, ele nunca tinha reparado tanto na decoração do templo e nas pessoas. Olhou para as estátuas de Apolo, que foram esculpidas em sete colunas e os unicórnios que andavam entre elas. As virgens de Apolo vieram de novo com seus cestos com pétalas e vestidos esvoassantes, jogando pétalas no rei, enquanto os sacerdotes acendiam os incensos e traziam os livros sagrados, que ficavam em uma grande arca revestida de ouro por dentro e por fora.   Ele olhava para todos do conselho, tentando ler nas feições de cada um algum indício de intriga contra ele, mas todos estavam com cara de veneração.                         

Ele sabia que iria ser difícil descobrir os traidores de seu reino, pois agora estava frágil,
 não podia entrar no templo com armas, ninguém podia, pois as únicas armas eram de Apolo, que eram feitas de ouro: uma lança e um escudo. Ele esqueceu o conselho de Darwith ,pois poderia esconder a sua adaga nas vestimentas. Os sacerdotes trouxeram os livros e ele leu algumas passagens em wingr, que só os nobres entendiam. Depois da leitura alguns se aproximavam  do trono, prestavam reverencias ao rei e depois reverenciavam a estátua de Apolo Hiperbóreo.
A cada vez que aproximavam dele para a reverencia-lo, Ybron ficava apreensivo: sacerdotes e os ministros e toda a nobreza.  Até que Ybron avistou o cobrador de impostos Hobrick, era um elfo violento e forte, tinha matado a sua primeira esposa, uma elfa filha de camponeses, foi julgado e o conselho alegou traição por parte da esposa, inocentado o nobre. Ouviam rumores que a atual esposa era espancada freqüentemente por ele, e tinha perdido um filho por causa das continuas surras. Seus olhos não eram confiáveis.                  

Ele aproximou muito do rei, que segurou o cetro, ficando na defensiva, nesse mesmo tempo um unicórnio relincha, o cheiro de incenso entra pelas narinas de Ybron, que faz força para não perder a concentração do suposto inimigo, Ybron percebe que no momento que ele se abaixou, tirou algo de suas roupas, mantendo em sua mão, de repente  estica a mão em direção ao rei.
_ Majestade! _ Exclama ele. _ uma oração de minha mulher para protege-lo. _ Era um pergaminho que estava enrolado, Ybron agradece aliviado e pega a oração de proteção.  Seria um aviso. _ pensa o rei. _ Será que a esposa dele sabe de algo, ou eu é que estou impressionado com a história da visão. _ Ybron pensava em todas as possibilidades, não havia soldados no templo, só Apolo estava com suas armas, mas era apenas uma estátua de mármore.                                                                                                                                     

Depois de algum tempo, a cerimônia tinha terminado e ouviram-se por toda Shambala, sons de trombetas bem agudas, era o termino das orações.  Ybron pega algumas frutas e descendo do trono, alimenta um unicórnio. Depois se encaminha para a porta do templo, seguido pelas virgens de Apolo, que continuavam jogando pétalas de rosas.                               

As virgens eram escolhidas por sua beleza, as elfas eram filhas dos camponeses. Muitos nobres se casavam com filhas de camponeses, virando propriedade do marido, verdadeiras escravas que muitas das vezes morriam de tanto apanhar O conselho tinha isso como uma coisa normal, mas Ybron nunca entendeu o motivo de tanta violência, mas nos livros sagrados estavam escritos que as elfas devem obedecer aos maridos e a desobediência era tratada com violência. Nos livros estavam escritos que os elfos eram superiores as elas, pois não lutavam e não conseguiam fazer serviços pesados, servindo apenas para coisas leves e para a procriação.                                                              

Ybron um dia presenciou uma dessas surras, bem próxima ao seu palácio, chegou até levar sua mão ao cabo de raio da morte, mas ficou impotente, o nobre tinha esse direito e no final da surra a jovem elfa, que foi obrigada a se casar com ele, desmaiou.                         

Ybron caminhava de volta para o palácio, pois não via a hora de tirar a pesada vestimenta e a coroa, que sempre o incomodava. Gaya e sua filha o acompanhava quando ele sentenciou.
_ Gaya. Disse ele imperativo. _ meus soldados não levarão presentes para seu pai esse ano. Grunhiu olhando para ela, só para ver a sua reação.
_ Além de não poder comparecer ao aniversário de meu pai eu não vou nem poder presenteá-lo? Falou  revoltada Gaya, fuzilando Ybron com o olhar.
O rei não agüentando ver a cara de zangada de sua esposa começa a rir.
_ E você ainda ri? Você é um monstro sem coração. Esbravejou ela sem temer uma surra, o qual Ybron tinha todo o direito de dar, pois foi ofendido.
_ Sabe por que meus soldados não vão levar presente algum para o seu querido papai? Continuou ele bem cínico.
_ Não. Por que? Perguntou ela entre os dentes.
_ Porque quem vai entregar os presentes são vocês duas. _ Dizendo isso, apontou para ela e para a filha, que sorriu. Por um momento Gaya ficou sem ação, não conseguia digerir as palavras de Ybron, que exclamou.
_ vamos para AVALUN !- Disse isso com um grande sorriso. A rainha não estava acreditando no que tinha ouvido.
_ Não brinca comigo Ybron, é serio mesmo?
_ Palavra de rei. _ e completou. _ Shou-hu, você vai ver seu avô.
A rainha abraça e beija o marido em publico, quebrando uma dúzia de protocolos.
_ Filhinha você vai conhecer seu vovô. _ Disse isso com o rosto iluminado de felicidade. Pegando a mão da filha, partiu em disparada para a direção do palácio, andando e falando ao mesmo tempo.
_ Vou arrumar as malas, pois você pode mudar de idéia. – Disse isso, brincando com o marido, que respondeu com um sorriso.
_ Não precisa, pois eu já mandei Kámi cuidar disso e Darwith está preparando a carruagem. Seu trabalho será só escolher os presentes, pois vamos levar uma carroça cheia, pois não quero que falem que Ybron é um rei pão duro. – Disse isso com o peito estufado.
_ Você é o melhor marido do mundo. _ Disse gaya jogando um beijo para ele e correndo com a filha para o palácio.                                                                                                                       

Ybron segue as duas com os olhos, orgulhoso do que fez, pois sua esposa estava muito triste com a noticia da esterilidade.
Mas seus olhos se fixam em um grupo de membros do conselho, que vinham em sua direção, alguns gesticulando nervosamente.  
_ Estou sentindo cheiro de problemas. _ Disse ele para si mesmo.
Os elfos vieram bem agitados, discutindo entre si, ao que o primeiro disse.
_ Majestade temos um problema. – Disse um dos sábios.
O rei respirando fundo olha para o alto e depois para a direção do seu interlocutor.
_ Qual o problema siuk? _ Perguntou com medo da resposta, pois sabia que eles tinham encontrado uma caverna que poderia ter uma grande jazida de ouro. Pensou logo em desabamento que não era incomum na fase de escavação.
_ Majestade. _ continuou o ancião. _ não temos mais onde estocar ouro, achamos a maior jazida de toda a Hiperbórea. SHAMBALA VAI CHEGAR AO EXPLENDOR! _ Gritou o ancião, sem conseguir se segurar de tanta felicidade.
Ybron da um sorriso discreto.
_ Pensei que fosse alguma má noticia. – Disse ele aliviado. _ meus parabéns para vocês, pois serão recompensados a altura do grande feito.  Quando eu voltar de Avalun, nós discutiremos sobre isso.
Quando ouviram sobre a suposta viagem ficaram com um mister de surpresa e desapontamento ao que um respondeu.
_ Mas, majestade, viajar agora pode ser perigoso, não confiamos nos generais Hadianos. A qualquer momento eles podem romper com a trégua. Isso não é perigoso?
Disse o sábio com uma eloqüência, tentando convencer Ybron.
Mas ele já tinha se decidido e a felicidade de sua família vinha antes de qualquer coisa agora.
_ Mas majestade temos que lhe explicar como faremos a respeito da grandiosa mina. – E continuou empolgado com sua dissertação. _ Já temos uma grande encomenda por parte dos Atlantes, que construirão uma gigantesca pirâmide e precisarão de ouro para o pináculo, muito ouro._ Falando isso, tirou de dentro das vestimentas, um livro com anotações das financias do reino e mostrou a Ybron. Ybron pressentiu que eles queriam adiar a sua viagem.
_ Majestade, não poderia deixar para mais tarde essa viagem, temos que lhe mostrar como ficará a nossa economia, precisamos construir mais lugares seguros para seu ouro, é o esplendor do seu reino. Temos que tratar de muitos assuntos referentes à nova e gigantesca mina. Não poderemos adiar essa reunião e sua visita a essa fabulosa mina. E a trégua está bem recente, não acha? _ Falou o ancião com um tom imperativo, e Ybron,  sorrindo disse.
_ Sinto muito, mas a visita à mina não poderá ser agora, pois viajarei para a festa de aniversário do rei Mítras. Entregue os livros ao meu cocheiro e na viagem eu dou uma olhada e farei algumas anotações. – Disse isso, só para despachar os membros do conselho, pois nunca se preocupou com as financias do reino, deixando para o conselho pensar sobre isso,  na verdade ele era um ótimo estrategista de guerra e guerreiro fabuloso, o melhor, mas como administrador ele era bem relapso.
_ Entregar os livros a um cocheiro? _ Perguntou o ancião sem acreditar realmente que ouviu isso da boca de um rei.
_ Isso mesmo, entregue a Darwith, meu cocheiro e meu homem de confiança.  Ouvindo isso, todos não conseguiram disfarçar o quanto ficaram indignados.  Ybron, girou nos calcanhares e saiu, fazendo barulho com suas botas negras adornadas com detalhe em ouro.                                                                                                                                                

Siuk não conseguindo disfarçar a sua raiva, segurou o livro com força e esperou Ybron se distanciar para fazer um comentário.
_ Ele da mais valor a esse cocheiro do que ao conselho de Shambala. Seu reino cresceu e floresceu graças ao nosso empenho, ele já está se tornando um fardo.
_ Só pensa no seu exercito e no seu unicórnio. Herdeiro que é bom nada ainda. _ Dizendo isso, os que sabiam da esterilidade da rainha entre olharam-se, ficando em silencio, mas sabiam que tinham que fazer algo. O conselho devia se reunir para discutir o problema da sucessão do rei.
    _Vamos ter que reunir o conselho, vamos aproveitar que o rei vai viajar para Avalun. _ Falou um sacerdote que sabia do que tinha acontecido com Gaya.

Ybron, já dentro do palácio ,correu para onde ficavam as roupas reais. Tirou rapidamente as vestes e sentou em uma cadeira, mas quando ia desamarrar a suas botas, uma mão pequena e delicada segurou a sua, quebrando o protocolo, então ele ouviu uma voz linda, parecida com o som de uma linda harpa.
_ Majestade suas mãos não foram feitas para o trabalho, pois é descendente do deus Apolo. Eu faço isso. _ Disse uma linda elfa ruiva com os olhos azuis parecidos com os de Gaya, mas bem penetrantes. Ela sorrir para ele abaixando aos seus pés e começa a desamarrar sem pressa as suas botas, com a cabeça inclinada para ele deixando a mostra dentes lindos.

Ybron já a conhecia de vista, mas nunca chegou tão perto assim, sempre achou que ela não o olhava com reverencia, mas um olhar enigmático, desafiando-o a desvendar seus mistérios. O jovem rei era desejado por muitas elfas.

Ybron não conseguiu disfarçar o que estava sentindo, pois quanto mais olhava para seus olhos , eles o enfeitiçava.
Ele sorrir para ela e a deixa fazer o seu trabalho, tentando desviar os olhos para se livrar dos encantos da jovem, mas era tarde demais. Começou a sentir um frio na barriga, não conseguindo tirar os olhos dela.                                                                                                       

Por um momento tudo ao redor deixou de existir, parecia que o tempo tinha parado naquele instante e só existiam eles dois sozinhos no mundo, seu corpo e sua alma estavam conectados ao dela. Ele a pega pelo queixo, sem saber por que e fica admirando sua beleza.  Ele sente o aroma que exalava dos seus cabelos, que eram uma moldura para seu rosto, sua boca tinha um desenho perfeito.

Ybron  puxou-a pelo queixo suavemente e ela sem resistência nenhuma, veio aproximando o  rosto do dele, entre abriu os lábios, sorrindo, mas com outra intenção, quando de repente.
_ NÚBIA. Onde se meteu essa garota? _ Era Kámi, que a procurava. Núbia abrindo os olhos com o grito ficou assustada, mas o rei a acalmou com um sorriso e, pois os dedos em sua boca para que ela ficasse quieta. Os dois se esconderam entre as roupas até que ela falou.
_ Desculpe, mas tenho que ir. _ Ybron ainda tentou segurar-lhe a mão, mas ela puxou com um sorriso, correndo para perto de Kámi que lhe deu uma bronca.